
Conforme noticiado na matéria “NTM: inovação e treinamento da mente”, na página principal de nosso blog, alguns atletas rubro negros já estão se beneficiando da utilização de sistemas sofisticados de estimulação cognitiva. Entre eles estão o neurofeedback, o biofeedback e a estimulação com luz e som. Saiba aqui, um pouco mais sobre esses aparelhos: Biofeedback – O Biofeedback é um instrumento destinado a medir processos fisiológicos específicos, entre eles estão a atividade muscular, respiratória, galvânica, cardíaca e cerebral. O sinal biológico, depois de captado, é amplificado e convertido para exibição visual ou auditiva na tela do computador. Com base nessas informações sobre os processos internos do organismo, a pessoa pode se auto-regular para modificar estados psicofisiológicos, como tensões musculares, ansiedade, ritmos cardio-respiratórios e cerebrais. Como resultado do treinamento, o indivíduo se torna mais consciente e aprende a controlar processos físicos e mentais em prol de um funcionamento psicobiológico melhor e mais saudável.
Neurofeedback – o neurofeedback é um sistema de biofeedback que utiliza o registro do eletroencefalograma (EEG) no processo de auto-regulação. Assim, através de eletrodos colocados no couro cabeludo do atleta, são captadas suas ondas cerebrais que, enviadas a um amplificador, possibilitam a obtenção de um traçado gráfico que quantifica as ondas em termos de freqüência e amplitude e oferecem um feedback quando se aproximam da atividade mental associada a estados de concentração, relaxamento ou de sincronismo. Também denomidados como BCIs (Brain computer interfaces), a interção do cérebro com o computador se dá através de jogos lúdicos que permitem um maior controle da atividade cerebral através do condicionamento operante (Angelakis et al., 2007).
Luz e Som - A estimulação do cérebro através da luz e do som tem como objetivo produzir mudanças dos padrões corticais ou ritmos do encéfalo, objetivando o condicionamento da mente a propiciar estados mentais de relaxamento, ativação ou concentração, entre outros. Através de um óculos, são exibidos feixes de luz que estimulam regiões talâmicas e corticais (Vernon et al., 2006). Um headphone também gera ruídos que são processados pelo cérebro e auxiliam na equalização cerebral à atividade cortical desejada.
Além desses três sistemas, temos também testes de reação que ajudam a monitorar funções cognitivas como a atenção, o raciocínio, a tomada de decisões, etre outras. No entanto, ainda estamos no início de um longo caminho para atingir nosso objetivo: levar essas e outras inovações à rotina de treinamento de todos os atletas Rubro Negros.
Por Erick Conde
Bibliografia:
Angelakis E, Hatzis A, Panourias IG, Sakas DE.
Brain-computer interface: a reciprocal self-regulated neuromodulation. Acta Neurochir Suppl. 2007;97(Pt 2):555-9. Review.
Silva, V. F; Poly, M. W. O. ; Ribeiro Junior, S. M. S.; Calomeni, M. R. ; Pinto, M. V. M. ; Silva, A. L. S. Efeito agudo da estimulação cerebral através de luz e som no tempo de reação motora de jovens atletas. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 13, p. 120-125, 2008