A Neurociência no C.R. Flamengo

A neurociência vem expandindo suas contribuições para uma área que tem um grande potencial de desenvolvimento científico, aliado ao grande interesse popular. Algumas iniciativas ao redor do mundo vêm beneficiando atletas e instituições esportivas no que tange as melhorias no rendimento esportivo em decorrência da estimulação de funções cognitivas como a concentração, controle do movimento, planejamento motor, tomada de decisões, controle emocional, entre outras. Podemos ter alguns exemplos que demonstram essa interferência positiva da neurociência na atividade física, como os excelentes resultados obtidos pelos atletas chineses durante as olimpíadas de Pequim, 2008; o MilanLab, que se caracteriza por um setor do A. C. Milan que conjuga a neurociência às ciências bioquímicas, cognitivas, artificiais, motoras e psicológicas, propondo otimizar a gestão psicofísica dos atletas de futebol. No Brasil, as iniciativas são muito escassas. O Clube de Regatas do Flamengo é, talvez a única iniciativa privada, a utilizar atividades institucionalizadas de neurociência aplicada ao esporte.

Atividades

Recentemente a instituição introduziu sistemas tecnológicos que servem ao treinamento da mente e promoção da saúde mental. Espera-se que tais equipamentos possibilitem o desenvolvimento e a manutenção de estados de concentração e de auto-controle. Entre as inovações no treinamento dos atletas Rubro-Negros está o sistema de biofeedback, que coleta sinais biológicos (ECG, EMg, EEG, GSR) e os converte para a tela do computador na forma de jogos interativos, possibilitando ao participante, a prática no controle psicofisiológico (Angelakis et al., 2007; Egner et al., 2004). As funções cognitivas são também avaliadas através da coleta do tempo de reação dos jogadores e de outros exercícios cognitivo-comportamentais que envolvem a mente e o movimento. Por questões econômicas e por não poder se beneficiar de editais governamentais de incentivos, o Flamengo depende de parcerias para manter as atividades de ciência aplicada. Assim, o número de atletas que são beneficiados com as atividades de neurociência é bastante reduzido. As perspectivas, no entanto, são para o crescimento do setor. Temos que ter em mente que este tímido desenvolvimento da neurociência no contexto esportivo lembra outros processos de consolidação de algumas ciências do esporte ao longo da história. Se pensarmos nas evoluções adquiridas com a medicina e com a fisioterapia do esporte e percebermos que hoje, tais ciências altamente requisitadas em qualquer instituição esportiva, quem sabe não podemos prever que em um futuro próximo os atletas estejam utilizando, na mesma medida, um sistema de neurofeedback em comparação a um ultra-som? Bom para os atletas, instituições e para o espetáculo do esporte.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Trabalho Concluído: associações implícitas e comportamento alimentar

Os resultados do trabalho "Associações implícitas e o comportamento alimentar no esporte" foram apresentados durante o I Congresso IBRO /LARC de Neurociências da Anérica Latina, Caribe e Península Ibérica e se constituiu na primeira publicação voltada à aplicação da neurociência ao futebol. Nossos resultados demonstraram que protocolos de avaliação neuropsicológica podem ser úteis também ao estudo do hábito alimantar, sempre em um caráter interdisciplinar. O pôster apresentado no congresso pode ser conferido aqui.

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